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A falácia da Felicidade e Ingenuidade na Pobreza

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A falácia da Felicidade e Ingenuidade na Pobreza Empty A falácia da Felicidade e Ingenuidade na Pobreza

Mensagem por Mateus Teixeira Dom Ago 06, 2017 6:06 pm

Quanto mais longe de uma realidade, mais idealizada ela se torna a quem a vê. Não há exemplo maior para este conceito do que a forma que intelectuais e a mídia tratam a pobreza e o ambiente das cidades.
Não é incomum ver, em novelas e dissertações, a ação deste pensamento cândido. Seduzidos pela ideia tortuosa de um mundo onde ricos malvados oprimem pobres bonzinhos e amáveis, diretores e escritores de novela fazem de tudo para mostrar as favelas e ambientes suburbanos das cidades brasileiras como locais em que se encontram pessoas humildes, extremamente honestas e amigáveis, que sofrem com a negligência dos poderosos e que, nos enredos criados nestas fantasias, sempre acabam sendo injustiçadas por pessoas malvadas que vêm "de fora". Por sua vez, os ambientes de pessoas abastadas são representados como o oposto disso; são condomínios e casas onde todos se odeiam e se criticam, onde só há preconceito e acusação, onde todos querem tirar vantagem de todos.
Esta visão, construída de forma "sólida" através da propaganda, se reforça diariamente em noticiários que retratam a população coitadinha de algum recanto esquecido de alguma cidade que clama por uma solução, pois foram injustiçados e negligenciados pelos ricos e pelo poder público.
O problema é que isto não passa de uma fantasia muito bem criada.
Quem quiser entender as razões políticas por trás da sustentação deste discurso, pode encontrar muitas respostas no tópico Globalistão - construindo o arquipelago Gulag do futuro terceiromundista global, postado aqui no fórum pelo membro Iberianwolf. Neste tópico tratarei da realidade contraposta a esta fantasia vendida pela mídia e pelo círculo de acadêmicos, principalmente os de tendência marxista/esquerdista.
A realidade é que, quem convive em ambientes como os que são retratados como "felizes" e "simples", tem ideias muito diferentes. Eu poderia fazer uma enorme lista sobre os malefícios de viver num local favelizado, malefícios principalmente materiais, como danos à saúde, mas focarei, ao invés disso, no aspecto moral. Afinal, o aspecto material é mostrado pela mídia, mas é minimizado intencionalmente, colocado em segundo plano, mediante aos "benefícios" que provêm da felicidade e da ignorância.
Os ambientes de menor renda são os que possuem mais pessoas invejosas e soberbas. Num ambiente em que todos têm muito pouco, a ascensão social de um "companheiro" muitas vezes é vista com maus olhos. E, por sua vez, quem possui um pouco mais se vê de forma diferenciada e evita "se misturar", embora não num bom sentido, mas sim no sentido de espezinhar os demais para mostrar o quão melhor é.
Isso pode ser comprovado na prática, e este é o primeiro ponto que quebra a ideia de "irmandade" - que é inspirada na visão marxista de união do proletariado - propagada pela mídia. Um ambiente de baixa renda se assemelha muito mais à uma jaula com pouca comida para muitos presos do que a uma irmandade.
O segundo ponto é em relação ao preconceito. Acredito que a derrota sucessiva de pautas da esquerda pós-moderna já seja exemplo suficiente, mas vale ainda assim entrar neste ponto. As pessoas de baixa renda são as mais preconceituosas e as que mais formam julgamentos antes de avaliar a fundo qualquer coisa. Não é a toa que, ao entrar num barzinho, você sempre encontrará vários falando "com absoluta certeza" do que pode ou não pode ser feito de acordo com a lei, sobre a política e sobre como lidar com o sexo oposto. E também não é a toa que você não ouvirá nenhum funkeiro cantando sobre com quantos homossexuais ele já se relacionou. Os padrões sociais criados em ambientes de baixa renda se tornam regras, enquanto os padrões criados em ambientes de alta renda são contestados principalmente por filhos mimados que não recebem uma educação firme dos pais.
O terceiro ponto que tratarei se relaciona à ideia de que as pessoas de baixa renda são mais alegres por terem menos preocupações. Outra falácia absurda. Talvez não tenham preocupação intelectuais ou não foquem no que pode beneficiá-los realmente na vida, mas se preocupam enormemente com a vida de seus vizinhos, com o jogo de futebol, com as novelas. Passam o dia inteiro se ocupando justamente para não lidarem com o que os "pensadores acadêmicos" acreditam que é sua fonte de felicidade: O vazio de suas vidas.
Além disso, como alguém pode ser alegre sem estar em busca da Verdade e sem estar em contato com o que é Bom e Belo? Qualquer alegria que não provenha disso é uma alegria efêmera, que não pode nunca constituir felicidade, já que possui como bases o hedonismo ou o materialismo, que no fim se resumem a uma coisa só.
Quarto e último ponto: Por que essas ideias se difundem? A resposta é complexa, mas o início do fio da meada está justamente na dificuldade que muitas pessoas têm em lidar com suas próprias realidades e com suas próprias vidas. Por sua vez, o favelado se torna, para o intelectual, o que o ator e o jogador de futebol são para o favelado. Ao invés de buscarem uma melhora em suas condições, preferem anestesiar suas mentes observando a vida de outros e acreditando fielmente no quanto eles são felizes com o que têm. No fim, tudo se resume à incapacidade humana de enfrentar a própria realidade e tirar o melhor dela; assim, é necessária a existência de fantoches argumentativos e distrações nas quais se possa focar a atenção e as emoções. Convencem-se de que estão "lutando por uma boa causa", mas no fim das contas não saem de onde começaram ou, se saem, é para uma condição ainda pior.
Quem luta por uma boa causa realmente age por esta causa, mudando a realidade que a cerca, ao invés de utilizá-la como amuleto emocional e fuga da realidade.
Mateus Teixeira
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